Escrever pra mim é um refúgio. É admitir pra o mundo o que eu não consigo admitir em voz alta pra mim mesma. Eu tenho adiado escrever, tenho até mesmo pensado em palavras e frases de impacto que escondam o que eu estou sentindo em uma caixa justificada de perfeitas sintaxes.Tenho adiado escrever porque hoje mais do que nunca isso é doloroso. Só que tenho adiado tanto, que agora as palavras me vem como enxurradas. Elas me vem incontroláveis, fortes, exigindo que eu as liberte.
A verdade é que tem sido uma semana caótica de um mês caótico. Procuro inutilmente expressar o que eu sinto, pois ao mesmo tempo que as palavras me procuram, elas me fogem. Tudo que sei, é que conto os dias pra setembro acabar. Pois setembro trás a autodestruição de volta, justo quando eu pensei que tinha me curado. Você me fez ferida aberta de novo e vai precisar de mais do que gase e esparadrapo pra estancar o sangramento. A pele perdeu a elasticidade, e receio que vão ficar cicatrizes profundas dessa vez. Eu poderia escrever uma carta aberta e endereça-la a você dizendo "FODA-SE, VOU-ME EMBORA. ( Ps: Pra sempre dessa vez)" só que não acho que isso iria resolver.
Juro que o que eu sinto não é raiva, não é ódio, não é mágoa. Okay, talvez seja um pouco de mágoa mas sobretudo, é decepção. é desânimo. Eu canso também sabe? Eu sei , eu sei, os filmes fazem parecer fácil, mas não é. Eu sei também que os mocinhos que mais sofrem são os que tem os finais mais inesquecíveis, só que essas cenas são muito arriscadas quando não se tem dublês. Afinal, my dear, você sabe que nós estamos condenados. Nós estamos dançando lentamente num quarto em chamas. Não há escapatória pra nós. Não há resgate pra essa concepção masoquista que nós tínhamos de amor. E sabe o que me disseram quando eu perguntei o que fazer quando o amor é autodestrutivo? Bom, me disseram que não era amor. Amor não é autodestrutivo. Amor dá paz, dá segurança. E Você me dá vertigem. Não como um frio na barriga, me dá vertigem porque sempre que minha guarda baixa, eu sinto como se tivesse caindo do décimo quinto andar sem uma cama de proteção me esperando lá em baixo. E agora, bem, agora está tarde, my dear. Já é hora dessa autodestruição acabar.
Raissa Almeida
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